domingo, 9 de fevereiro de 2014

Maria Lúcia

Maria Lúcia autografando para mim, Marisester e Stella Mello

Faleceu, na madrugada do dia 08 de fevereiro  de 2014, nossa amiga Maria Lúcia Cardoso dos Santos.
Nossa exímia declamadora de prodigiosa memória.
Conheci a Maria Lúcia quando entre num concurso , pela primeira vez, e ela e o Sr Alcides eram os jurados, e continuaram sendo até a morte do Alcides.
Neste concurso peguei um segundo lugar, com prêmio e direito a livro de Maria Lúcia.
E foi assim nosso conhecimento. Uma idosa senhora disposta, com generosidade, a ser jurada de concurso.
Fiquei admirada e ainda nada sabia.
Reconheci Maria Lúcia frequentando a cena literária da cidade onde ela brilhou com suas declamações de poemas longos, de cor e recusando os microfones.
Lembro-me dela declamando para Thiago de Mello no Pedro II (como lembro de você , Jair, declamando para o Mia Couto), O Estatuto do Homem.
Lembro-me dela e a história do doutor, também lembrada por todos hoje em sua despedida,e  dos Castro Alves e outros tantos que minha pobre memória não guarda.
Tive a honra de declamar um de seus poemas quando do lançamento de seu livro "No Oblíquo da Intensidade " , lançado em março de 2013. Nunca tremi tanto.
Depois foi sua vez de declamar , como um presente, em minha posse. Tão feliz me deixou com a honraria!
Sempre elegante, espalhando o verde com seus trajes.
Uma mulher de fibra, sentindo a dificuldade de sua origem nordestina, sendo solidária ao povo em seus textos que exortavam o amor ,a paz e união entre os homens, plantando sementes não só artísticas, mas também, as técnicas, junto às escolas de enfermagem.
Pois hoje  ela não vestia verde, não era ela lá, era só uma casca, ela já tinha partido para junto do Senhor, mas seu filho e sua neta sim.
Hoje, incentivada pelos amigos, abri as homenagens lendo um de seus poemas, tão receosa de que estivesse ofendendo-a, mas me senti bem ao fazê-lo.
Maria Lúcia merece a homenagem, mesmo que não à altura, pois é única, e eu sou mirim.
Muitos externaram a sua dor relatando as boas passagens de amizade e deleite que viveram em sua companhia.
E na dor fui parte do grupo da Academia, grupo que se suporta mutuamente com grande companheirismo.
E assim foi a despedida da amiga, emocionante,  com poesia, lágrimas e aplausos.

Quase um ano

Quase um ano da última postagem, tanta coisa para falar para você!
Contar que o Salviano tomou posse na Alarp, numa cadeira criada com o seu nome no dia exato de um ano da sua passagem.
Que eu tomei posse em setembro, em homenagem ao Djalma, na cadeira que ele ocupava, a do Antenor Pimenta, outro circense, virando assim sua vizinha de interesses e citei o seu nome no discurso como guia primaz para minha entrada na academia.
Que a praça do Piolin foi inaugurada e é praça Jair Yanni, hehe, e o Piolin esta´lá, igualzinho no livro, como foi sonhado, com suas palavras contando a história do palhaço mundialmente afamado. Veio até um palhaço moderno , do circo  chiquérrimo, que estava na cidade.Você ia gostar. Ah! besteira! Você estava lá. Eu vi!
Que este ano a festa do Piolin está garantida.
Haverá posse na cadeira , neste dia.
Quem?? Já , já eu conto, mas eu sei que você sabe.
Bem , mas o motivo da minha volta aqui, é outro, e você também sabe.
Não contei nossa história, mas vou, estas coisas especiais merecem registro.
Contarei uma outra história, logo à seguir.
Me aguarde.
Um beijo no coração.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

As Cocadas

Olha, Jair, que bonito fizeram para você, e tem mais, sempre tem.
Fotos com gente querida e sua voz, sua voz.



quarta-feira, 4 de julho de 2012

Os Santarosa

Não falei que ia ter novidade?
Olha aí!
Ontem estive com o Léo e o Lucas do Teatro Santarosa. Fomos tomar umas cervejinhas e bater papo para nos conhecermos melhor, eles e a nossa turma do teatro, turma de terça feira.
É , eu disse que ia voltar para o teatro, você me incentivou, e estou firme no propósito. Lá se foi o primeiro semestre.
Daí, que para encerrar as atividades do semestre fizemos uma intervenção cênica na Praça da Bicicleta, alí no alto da Fiuza. O povo do teatro curtiu um monte,produziram os figurinos e fomos tomados por toda aquela excitação típica das primeiras vezes. Lucas e Léo na direção do evento.
Passado o chapéu, restava-nos bebê-lo.
E lá fomos nós!
Você apareceu na mesa , lembrada pelo Léo, explicada por mim, para quem não a conhecia, falando do Piolin, da praça e do seu trabalho. Desejei ter um livro na bolsa para mostrar você.
Léo é também um grande admirador seu e, como nós, queria saber como, quando e onde a praça. A prefeita falou que lançaria a pedra fundamental, mas não soubemos de nada. Vou perguntar para a Vera.
Ele, como nós, sonha com uma praça cheia de gente, crianças que possam encantar-se com os painéis e ler a história do Piolin. Uma praça viva.
Mas, o melhor aconteceu quando o Léo manisfestou a intenção de ter em seu teatro alguma atividade em homenagem ao Piolin, todo ano no seu dia, 27 de março, como você sempre fez, sempre quis.
Isso é lindo! Vou torcer para acontecer. É parte do legado.
ps: Loureiro publicou uma foto nossa no face, felizes como sempre.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Querida Jair, dia 30 fizeram uma linda homenagem à você




Querida Jair,
Dia 30 de junho, mês do nosso aniversário, fizeram uma linda homenagem à você.
Foi na Oficina Cultural Cândido Portinari, capitaneada pela Fatu, com trabalhos do Jack, e a presença do Danilo, da Vera, seus netos e até o bisneto.
Nós , seus amigos, herdeiros do seu legado, estávamos lá, como num encontro festivo, reunidos por sua causa, e você estava conosco, impregnada em cada poro, onipresente em pensamentos, encantando e surpreendendo, como sempre.
Deve ter sido muito difícil para os meninos arrumar as gavetas e descobrir mil de você, uma pose nova, sempre uma novidade, um projeto, mil projetos em andamento, tudo acontecendo junto com a dor da perda, mas enfim, todos tem que viver as suas dores.
Vivi a minha tão intensa, por você, na hora da homenagem.
Ainda bem que não me coube atuar, não daria conta, fiquei tomada pela emoção, não consegui nem fotografar, Jugurta fotografou e me mandou as fotos de presente,nem ler um pequeno poema que fiz no dia do seu aniversário à uma roda de amigos.
Saí de nariz vermelho, cara lavada de lágrimas em todas as fotos.
O corpo moeu e dormi por horas à tarde, em recuperação.
Havia um piano e um rapaz lindo tocando, havia tuas poesias na voz da família, havia Gesmar, magnífico como Piolin, um Piolin sem fantasia, um Gesmar-Piolin, e havia fotos suas passando num telão, em algumas era você, como conheci, em outras, uma jovem Jair.
Aider fez a saudação, muito bem feita e apropriada.
Acabada a homenagem foi aberta uma exposição e ali estava você, em fotos, trabalhos, relatos, como eu nunca tinha visto. Reconheci-a pelas palavras, pelas inúmeras histórias contadas e ouvidas. E foi trabalho lindo e completo. Tinha até um vídeo, onde alguém, quem será?, se lembrou de filmar sua festa surpresa de aniversário do ano passado.
E nesta parte do acervo é que me encaixo. Estou lá no filme declamando prá você, e Gilda e Meire tocam e você dança com o Leandro, "aquele que nasceu tarde demais",e dou graças por estas lembranças tão boas, pelo tempo que convivemos, pelo muito que aprendi nesta sua intensidade de generosa vida.
Do outro lado da parede tem um balde de alumínio, você ia gostar deste, a gente fica embaixo e ouve você dizer algo sobre um doce de coco.
E fotos , fotos inteiras, recortadas, picotadas, sobrepostas, montadas em madeira usada, de molduras coloridas, naquele fazer artístico tão próprio seu. E seus santinhos, e suas cerâmicas, e suas costuras e seu manequim florido, e sua cadeira do atelier, e , e...
E por amar você é que caí em prantos, inconsolável, e nem Gustavo, Leandro, Cristiane, Gesmar, Heloísa, Mara,Sílvia, ninguém conseguiu me consolar, foram acolhedores, solidários, irmãos.
E como tinha que escrever isso para você saber, acabei inaugurando mais um blog, e não sei o que vai acontecer.
Tomara que eu tenha muitas boas coisas para contar prá você.